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Maputo, Niassa, Mozambique
Amor a Deus pai, que deu a natureza em seu pleno amor. Sou uma pessoa simples, mas para quem me conhece de verdade, exigente e amavel. Gosto de leitura e trabalhos de campo.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Como e bom aprender

Caro meu irmão Ntenje!
Conto-te o que aprendi, mas vamos sentar naquela sombra.
Fiz a minha 5ª Classe no ano de 1993 e o que me espantou e deixou-me curioso era o livro de português que tinha o título "Como e bom Aprender". mas na quela altura era tão difícil compreender a essência do título quanto ao conteúdo do livro. Hoje anos mais tarde o livro não tem aquela utilidade que mexeu em mim o espiríto de aprendizagem.
Recordo-me que o meu Pai foi junto a Direcção Distrital de Mecanhelas no primeiro dia de aulas, que conscidia com o dia da distribuição dos livros e recebeu os cinco livros que correspondiam a minha classe. Hoje não tem o mesmo valor de ontem.
Aprendi a contribuir na familia a realizar actividades do campo e mais outras actividades que contribuem para a edificação da sociedade. Quando estudamos sobre a festa da colheita, com o trabalho das salinas, aprendi a ter a curiosidade de conhecer as coisas e não ver so como o produto final, mas também a sua natureza. Assim como a importância que podemos dar as coisas e aprendiamos que o coco tem muitos derivados: o óleo, o chocolate, as bolacha, sabão e muito mais. No cerco ao leão aprendemos que a camaradagem o associativismo ou seja a socialização e uma maneira que não deve deixar o homem só porque ele é um ente eminentemente social e necessita do outro homem para que resolva as suas aflições. Será que com o leão xenófobo conseguimos agonizá-lo? ou porque não temos o título como é bom aprender? afinal tivemos ainda que aprender um conto da minha terra o conto macua " os meninos, a cobra e o gato, quanta cooperação nas sociedades devemos ter para que a lei do mais forte não engola o homem coitadinho que não tem como se safar. No provérbio Tsonga no texto que doença tem a Marina, a prevenir as doenças e não a curá-las mas que a cura seja a última alternativa depois de tanta prevenção para que não se propagam as doenças, e ia me esquecendo da história do ferreiro que bom ter um ofício que nos garanta a vida? uma pequena oficina que tal. olha irmão, "os nossos avós, nossos livros" texto de Aniceto Muchave, os nossos velhos são os maiores conhecedores, a vida lhes ajudou, neles são os que na nossa terra chamamos de biblioteca móvel não sendo com os nossos tempos em que temos tudo ao alcance e que tudo se tem, mas vamos ao passado real: o Jacinto pergunta se sempre houve hospitais, e da mesma maneira podemos perguntar como era a caracteristica principal do vestuário e o que preocupava o povo para cobrir, isso no contexto real Moçambicano e não ilusório. Que valor tem para nós esta arte que mantem vivo vários aspectos da vida de tantos milénios atrás? aprendemos ao tratar das bibliotecas das cavernas, já agora não estavamos na móvel mas sim na escavação para conhecer aquilo que se viveu nos milénios passados, assim ouviamos o professor a falar do monte Malembwe, da minha Província, do Distrito de Eráti, em Nampula e de outros lugares maravilhosos do belo Moçambique. Aprendemos, mas não sei se marcou também aos meus colegas. "A língua é uma metade e o coração a outra metade. O que resta é só a figura, carne e osso" esse é o provérbio árabe ao tratarmos da "a escrita começou assim," que linda história. Assim fomos tratando temas sobre temas e cada tema marcava e não se compreendia, no caso de "as capulanas falam" a beira-mar, deixa-falar, xirombana e outras capulanas, as escritas que nelas trazem dizem algo, olha conto ainda que a capulana é minha companheira as palavras de vovó Salomé e que a capulana mesmo que o mundo tenha um avanço significativo, para a vovó Salomé nunca a esquecerá nela estão traços da mãe negra, sofrer juntos faz a amizade ficar mais forte, isso nas horas do serão, provérbio angolano.
Já lá ia o trimeste e o Professor nos avaliava. Eram férias de uma semana.
Retomamos as aulas logo que faziamos a revisão na lição seguinte era a Rainha Nzinga Mbandi, aprendemos a humildade da dama que se inclinou para que a Nzinga se senta-se já que o Governador não dispunha a cadeira para ela se sentar, mas sim a lição fundamental era que as mulheres tem a capacidades de acção benévola e seguia-se o como telefonar, veja meu irmão, como é bom saber comunicar, os actos de fala, e que na actualidade, apesar de sermos jovens notamos que não existem, as maneiras que comunicamos só o tempo explica, esqueça é um bate papo. E espantoso ao tema "de boca em boca até" esses foram os vários meios de comunicação. aprendemos muita coisa sobre Moçambique e o mundo. Quando olhamos para um selo, observamos a cena que o mesmo representa e isso obriga-nos a meditar sobre o tema em observação. Assim, sem grande esforço aprendemos muitas coisas sobre política, geografia, história, fauna, produção... assim, estavamos no texto Um professor chamado selo. o macaco mentiroso, o boato, algo estranho mas que vai ate longe mais que uma verdade, e o Professor que não era Changana, mas moçambicano com o ar de patriotísmo pronunciava o provérbio "Loko mbzana yi vukula yi tshike - quando o cão ladra, deixa-o. Cão que ladra não morde." deixava a turma toda à lágrimas pelo rizo, é a vontade que ele criava em nós de sermos aventureiros em aprender a língua dos outros e familiarizarmo-nos aos outros, dizia falar a língua de outra tribo é algo que enriquece a nós e ao País inteiro, assim cada vez que o tempo passa formamos uma só tribo, e ai me recordei da chama da unidade. A moeda e a sua história, o avarento a caça na aldeia que deixava familias tristes acto barbaro, mas para a satisfação de interesses alheios que se seguiu de tarde ardente, saudação à Bandeira Nacional e hoje tu e eu, agora, vamos saudar:
" Saudamos-te no símbolo das cores
Cores vivas da nossa terra:
O Vermelho, nosso sangue de lutadores,
O Negro, África eterna abrindo-se em poema;
O Verde, a pujança as florestas,
O Amarelo, as riquezas minerais;
E O Branco, a paz tão desejada,
Para os homens se amarem mais.
Na linguagem do emblema,
A Arma é a defesa da Patria;
E o Livro aberto a instrução,
A Estrela é o nosso internacionalismo
E a Enxada o aumento da produção.
Agora vou contar o que acontece quando falamos e não queremos ouvir os outros: os nossos amigos ficam aborrecidos e já não querem ouvir mais o que falamos, mesmo que seja importante perde o seu valor, esse era o texto de Thau Kham, o lançador de pedras.
A vida do meu País, são cheias, secas movimento nas cidades, incéndios, enfim, os homens zangam. Tentam chegar à um acordo. infelizmente em alguns casos, isso é impossível. eles recorrem então as armas e matam-se é a guerra, isso naquela altura mas hoje a democracia, não a guerra, mas sim destúrbios, meu irmão, há quem confunda a democracia com a libertinagem, fazer o que quero, como quero e não devo, pois o dever me incomoda, dá-me obrigações e direitos e eu não quero deveres, mas sim direitos, e então a do colarinho branco, como se estivesse num hotel. Temos homens Mwalimo, Madiba, Samora e outros grandes Lideres, lutadores, lutadores da Pátria, para salvaguardar o nome da Patria, a soberania do seu povo, hoje temos esses, e então? falta o nosso empenho na colaboração daquele que tem um pensamento e pode não conseguir alcançar os objectivos enquanto continuarmos a sabotar os ideais, temos grandes líderes e essa Pátria quer deles, demos chances mais um pouco, aquilo que fez ainda tem mais por fazer, ele alcancará, deixemos irmão que ele alcance, não podemos criar buracos nele pois já os teve. São várias as dificuldades que enfrenta, as chuvas intensas, as secas, os paiois, a xenofobia e isso faz retardar o percurso do maquinista, deves enquando deve parar e pensar sobre a viagem e os passageiros dizem que o maquinista é vagaroso, porque eles não compreendem as regras da máquina enquanto andar nos carís, ele toma precauções para que se chegue aos destino, seja tarde mas bem, do que cedo e desastrados. um provérbio popular "Vale um minuto na vida, que uma vida em um minuto".
Termino dizendo como é bom aprender, não entendia mais tarde compreendi e tu aprendas a compreender. olha o sol se vai e nós aqui sentadinhos, os trabalhos atrazam, vamos e conversaremos mais tarde, porque a sombra da mangueira já se foi.

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